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Meninos página fimose e parafimose Dr. Rafael Rocha cirurgião pediátrico e urologista infantil

A fimose e a parafimose são problemas bastante comuns na prática do urologista. A fimose ocorre principalmente em crianças, mas também pode atingir alguns adultos. Sua principal característica é um estreitamento do prepúcio, pele que recobre a glande, mais conhecida como “cabeça do pênis”. Quando isso acontece fica mais difícil ou até impossível expor a glande.

É importante avisarmos aos papais e mamães mais ansiosos: nos primeiros meses a maioria dos meninos tem a pele aderida à glande , o acolamento balano-prepucial ou a também chamada fimose fisiológica. No início da vida ela raramente é retrátil. Na realidade, até 96% dos recém-nascidos possuem prepúcio não-retrátil.

Com o tempo, ocorre uma descamação na pele do local resultando em descolamento da pele e exposição da glande . Se isto não acontecer espontaneamente , exercícios e tratamento com pomada são orientados para ajudar este processo. No final, somente 10% dos casos aos 3 anos de idade manterão dificuldade de exposição da glande e necessitarão de tratamento cirúrgico.

O que é parafimose?

Alguns pacientes possuem uma condição chamada de parafimose. Nela a pele do prepúcio se retrai e não retorna para cobrir a glande. Com a pressão, a glande pode sofrer um inchaço, dificultando ainda mais a volta da pele.

A pressão causada pela pele prejudica a circulação sanguínea no pênis. A criança sente dor, inchaço na glande e vermelhidão ou descoloração na região. Ela é considerada como uma situação de urgência que precisa de atendimento médico imediato.

Caso a parafimose não receba atenção, a estrangulação da glande pode causar interrupção do fluxo sanguíneo. Quando isso acontece as células penianas da região ficam danificadas de maneira irreversível. Apesar de existirem manobras para tentar fazer com que a pele volte ao lugar, o ideal é procurar um médico antes de tentar qualquer tipo de tratamento.

Sintomas da fimose

Nem sempre a fimose causa sintomas claros no bebê ou na criança. Quando eles aparecem geralmente incluem vermelhidão, irritação ou inchaço. Em geral, os sinais surgem quando o problema prejudica a higienização adequada do pênis, proporcionando acúmulo de microrganismos que podem até causar uma infecção.

A inflamação que ocorre é chamada de balanopostite. Ela pode afetar tanto a glande quanto o prepúcio. Seus principais sintomas incluem:
● Irritação, coceira, cheiro forte;
● Vermelhidão e inchaço;
● Acúmulo de fluido;
● Dor ao urinar.

Lembrando que esses sinais só ocorrem quando existe inflamação causada por má higiene. Caso a condição não prejudique a limpeza do pênis é bastante incomum que o paciente sofra com problemas durante a infância.

Como ocorre o diagnóstico

Inicialmente o diagnóstico é clínico. Quando o paciente possui a suspeita de ter a patologia ele deve visitar um urologista pediátrico, que realizará análise do quadro para definir se esse é o caso. Para avaliar, o médico retrai o prepúcio cuidadosamente para entender exatamente qual é a gravidade do problema.

Durante a visita ao médico é possível realizar a classificação da fimose nos seguintes tipos:
● Tipo I: não ocorre retração do prepúcio;
● Tipo II: a exposição chega somente até o meato uretral;
● Tipo III: somente metade da glande pode ser exposta;
● Tipo IV: é possível realizar exposição quase completa da glande, mas ainda existe aderência ao prepúcio;
● Tipo V: a glande é exposta por completo com facilidade, sem sinais de aderência.

Somente o médico consegue indicar a gravidade de um quadro da patologia. Pais ou responsáveis nunca devem tentar expor a glande à força, caso existam aderências. Isso pode piorar o quadro ou até mesmo gerar uma parafimose.

Tratamento da fimose

Primeiramente, lembremos que a fimose, nos primeiros meses e anos de vida, é fisiológica. Nesse período pais devem evitar fazer manobras ou massagens para “liberar” ou tratar o problema. Além de não ajudar, os movimentos para soltar a pele forçosamente causam microlesões no local. Com o tempo, elas causam fibrose do prepúcio, dando origem a uma fimose secundária. Em casos mais graves eles causam parafimose.

O mesmo deve ser considerado sobre o uso de cremes e pomadas para tentar resolver a questão. Sem indicação médica eles nunca devem ser aplicados em crianças com um quadro considerado fisiológico.

Se pais ou responsáveis perceberem dificuldades na limpeza peniana, devem procurar o auxílio de um médico. Só o urologista infantil pode recomendar o que fazer para manter a saúde da criança e evitar procedimentos desnecessários.

Tratamento conservador da fimose

Desde a década de 1990 existem estudos que indicam que certas substâncias possuem efeitos benéficos em casos de acolamento balano-prepucial – fimose. Algumas pomadas são utilizadas com o objetivo de aliviar sintomas e facilitar a exposição da glande. Elas utilizam corticoides, sendo betametasona a mais utilizada atualmente.

O tratamento conservador tem apresentado bons resultados, conseguindo entre 67% e 95% de cura. Por enquanto não foram identificados efeitos colaterais do uso dos medicamentos que pudessem contraindicar o tratamento.

Os corticoides utilizados em tratamentos conservadores possuem efeito anti-inflamatório no pênis. Eles também estimulam a produção de antioxidantes na região e diminuem a fibrose. Isso causa um afinamento sutil da pele, facilitando a exposição da glande após as primeiras semanas de aplicação.

No entanto, nem todos os tipos da condição conseguem resultados adequados com o tratamento conservador. Caso o paciente esteja sofrendo de parafimose ou não consiga resultados satisfatórios com aplicação do medicamento, a única solução é o tratamento cirúrgico.

Tratamento cirúrgico da fimose

Certamente existem algumas situações em que ele é necessário, como em casos de balanopostites. Quando existe infecção, a solução deve ser rápida e a melhor forma de evitar danos a longo prazo é o método cirúrgico, a cirurgia de postectomia, conhecida popularmente como cirurgia da fimose.

Também existem quadros quando o estreitamento do prepúcio causa a obstrução do fluxo de urina. Isso gera um inchaço na região do prepúcio e também é um quadro de emergência que precisa de cirurgia.

Existem condições do trato urinário, como o refluxo vesicoureteral, em que o paciente não pode correr riscos de infecção urinária. Sabendo que a patologia aumenta esse risco, a postectomia é indicada nestes casos juntamente do procedimento para correção do refluxo.

Como ocorre o procedimento cirúrgico

A postectomia é um procedimento simples. Geralmente o paciente fica um dia no hospital e realiza a operação com anestesia combinada, ou seja, sedação e anestesia local. Durante o procedimento o cirurgião remove quase totalmente o prepúcio, garantindo que o problema não voltará a acontecer.

Em alguns casos é possível realizar cirurgia para remover somente as aderências à pele.

Por ser um procedimento simples as complicações são raras. Elas ocorrem em 0,2% e 3% dos casos. Na maioria das vezes, são pacientes operados que sofrem com pequenos problemas na postectomia, no pós-operatorio. Hematomas ou infecções locais são o mais comum, mas possuem resolução rápida e simples.

A cirurgia de fimose infantil é recomendada?

Ainda não existe um consenso no meio médico sobre o tratamento da fimose. Alguns defendem o uso da postectomia em todos os casos, enquanto outros preferem utilizar o tratamento conservador.

A cirurgia possui a vantagem de eliminar a fimose de maneira permanente ao remover todo o prepúcio. Ela também diminui razoavelmente as infecções urinárias e o acúmulo de fungos, especialmente em crianças, por facilitar a limpeza.

Estudos também indicam que a remoção da pele que recobre a glande pode ajudar a diminuir o risco de transmissão do vírus HIV em adultos sexualmente ativos. As chances de desenvolver neoplasias de pênis também são menores na população circuncidada.

No entanto, a decisão de operar, ou não, cabe sempre aos pais ou responsáveis juntamente com o urologista infantil e com o cirurgião pediátrico. No momento de escolher, os pais devem ser informados sobre todas as vantagens e desvantagens do procedimento e qual é a indicação médica para o caso específico de seu filho.

Dicas para crianças não circuncidadas nos primeiros meses de vida

Com alguns cuidados específicos, pais conseguem evitar inflamações e infecções que podem agravar o quadro da condição. Primeiramente, é importante evitar manobras para expor a glande sem orientação, como já falamos anteriormente.

Além disso, os cuidados com a higiene são importantíssimos para quem possui filhos não circuncidados e deseja evitar problemas. O ideal é usar sabonetes sem perfume para bebês que diminuem os riscos de inflamações e alergias.

A higiene do pênis precisa ser feita cuidadosamente, sem movimentos que forcem o prepúcio. Tais movimentos são dolorosos, pioram a aderência e ainda traumatizam muitos meninos que ainda não compreendem o que está acontecendo.

Lembrando sempre que ao perceber sinais, como irritações e inflamações, o urologista infantil deverá ser consultado para saber qual é o tratamento mais adequado de acordo com o quadro específico do paciente, seja este de fimose ou de parafimose.

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