Hipospádia

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Imagem de bebês página hipospádia site Dr. Rafael Rocha especialista em cirurgia pediátrica e urologia infantil

A hipospádia é uma malformação congênita comum no sexo masculino e recorrente nos consultórios de urologia e cirurgia pediátrica. Ela ocorre em cerca de 3 a 5 casos para cada 1.000 nascimentos. Existem casos leves que são assintomáticos, cujo tratamento é mais simples e basicamente estético. E casos mais graves, que envolvem tratamento complexo, que, além de estético, também deve ser funcional. Seu principal sinal é a localização anormal do orifício por onde sai a urina, chamado de meato urinário.

Hipospádias envolvem três principais características :
● Curvatura ventral do pênis (para baixo) em direção à bolsa escrotal;
● Posição anormal do meato urinário (orifício por onde sai a urina);
● Má distribuição do prepúcio (pele que recobre a glande) formando um tipo de “capuz” recobrindo apenas uma parte da mesma (capuchão).

O único sintoma que ocorre em 100% dos casos de hipospádia é a formação incompleta da uretra, causando o meato em local inadequado (casos leves).

Ao perceber qualquer um desses sinais os pais devem procurar um Urologista Infantil. Ele deve realizar o diagnóstico, determinar a gravidade do quadro e iniciar o tratamento, que será feito junto ao Urologista Pediátrico ou também a um Cirurgião Pediátrico.

Vale a pena observar ainda que quanto mais proximal for o meato mais grave é considerada a má formação.

Tipos de hipospádia

Um urologista pediátrico divide a hipospádia em tipos de acordo com a localização do meato urinário.

Hipospádia distal

Ocorre quando o meato fica localizado próximo à sua posição original,
na glande ou logo abaixo dela. É um quadro mais leve da doença, em alguns casos nem é necessário tratamento cirúrgico. A maior parte dos quadros não apresenta curvatura peniana associada. Ela também é o tipo mais comum, correspondendo a cerca de 50% dos casos.

Hipospádia média

Ocorre quando o meato está localizado na porção média da haste
peniana (corpo do pênis). É considerada um tipo moderado e sempre precisa de tratamento cirúrgico. Nesses quadros a curvatura peniana sempre está associada. Compromete cerca de 30% dos pacientes.

Hipospádia proximal

É o tipo mais raro, atingindo ao redor de 20% dos casos. É considerado o tipo mais grave, quando o meato está localizado no escroto ou no períneo. Também possui curvatura do pênis associada.

Anomalias associadas à hipospádia

Em alguns casos de hipospádia o paciente pode apresentar também outras anomalias, sejam elas do trato urinário ou não. As mais comuns são criptorquidia (testículos não descidos) e hérnia inguinal, presentes em 9% dos indivíduos com a má formação.

Já quadros mais graves possuem uma prevalência maior de anomalias associadas . Indivíduos diagnosticados com hipospádia grave apresentam as patologias já mencionados em 30% dos casos. Também é possível que existam anomalias isoladas no trato urinário, como malformações renais.

Um paciente que possui hipospádia deve ser investigado para outras malformações associadas, que podem levar a uma cirurgia pediátrica com o cirurgião pediatra.

Diagnóstico

Voltamos a lembrar que hipospádias são problemas muito comuns em meninos. É normal que pais percebam isso cedo, especialmente quando existem alterações no prepúcio. Em casos mais brandos, sem alteração, talvez a hipospádia seja diagnosticada mais tarde em uma consulta de rotina.

O recomendado é que o bebê passe por avaliação do trato urinário logo ao nascer ou até nas duas primeiras semanas de vida. Geralmente, essa avaliação já identifica a presença de hipospádia.

Quando o Urologista Pediátrico ou Cirurgião Pediátrico identifica a má formação também deve realizar o exame físico para avaliar se os testículos encontram-se na bolsa escrotal.

Assim, já é possível eliminar a possibilidade de criptorquidia associada.

A avaliação também inclui análise de:
● Tamanho do pênis;
● Posição do meato;
● Presença de curvatura peniana;
● Formato da glande;
● Quantidade de pele do prepúcio.

Esses fatores serão utilizados pelo urologista infantil para definir como realizar o tratamento mais adequado. No entanto, mesmo quando o diagnóstico é precoce é bastante incomum que a cirurgia seja realizada nos primeiros meses de vida.

Após a primeira visita ao urologista pediátrico, o paciente será orientado a retornar dentro com 6 a 12 meses de vida. Aí será realizada nova avaliação e os pais receberão a indicação do tratamento cirúrgico para corrigir a hipospádia.

A hipospádia pode acontecer no segundo filho?

Primeiramente, precisamos lembrar que na maior parte dos casos não se sabe a causa da hipospádia. Em uma minoria existe um desequilíbrio hormonal claro que prejudica o desenvolvimento da uretra. No entanto, no restante a má formação é considerada sem causa definida.

Mesmo assim, existem fortes indícios relacionando hipospádias a heranças familiares. 12% a 20% dos casos possuem parentes que tiveram o problema no passado. Além disso, as chances de que um bebê irmão de um menino com hipospádia nasça com o problema são 30 vezes maiores que na população geral.

Portanto, pais de uma criança que teve a má formação precisam ficar atentos ao segundo filho. Não é uma certeza, mas ele também pode possuir o problema.

Tratamento

O tratamento de hipospádia tem como objetivo corrigir a estética e funcionalidade da genitália. Entre os principais problemas funcionais que a hipospádia causa ao longo da vida está o jato de urina não direcionável para a frente. Portanto, no futuro a criança seria obrigada a urinar sentada, o que causaria sérios danos a sua autoestima e até na relação
com colegas.

Assim, a cirurgia específica para hipospádia corrige a uretra malformada e também a curvatura peniana. Os tecidos usados para esse objetivo variam de acordo com o caso.

No intraoperatório é possível avaliar com mais detalhes a dimensão da curvatura peniana e se existe tecido suficiente para realizar a reconstrução.

Existem inúmeras técnicas descritas na literatura médica que podem ser utilizadas para o tratamento cirúrgico dependendo da gravidade da doença, porém a decisão para o tratamento de hipospádia pelo urologista infantil é bastante individualizada.

Tratamento cirúrgico de hipospádia

Alguns casos muito leves de hipospádia não precisam necessariamente de tratamento cirúrgico. Esses são quadros nos quais o paciente não possui curvatura do pênis, sendo capaz de ter um jato adequado de urina conforme cresce. No entanto, é possível que os pais escolham operar por motivos estéticos.

As cirurgias pediátricas para correção da hipospádia podem ser em uma, duas ou mais etapas , dependendo da gravidade do quadro.

Na medicina entende-se que realizar cirurgias pediátricas entre os primeiros 6 meses e 2 anos de vida é menos traumatizante psicologicamente para a criança. Isso também diminui a ansiedade dos pais com a necessidade de um procedimento cirúrgico.

Além disso, nessa idade é mais simples realizar o manejo pós-operatório nos casos de hipospádia. Pais conseguem controlar o repouso e uso de sondas e curativos com mais facilidade. Por último, a cirurgia pediátrica nessa faixa etária parece trazer melhores resultados funcionais e estéticos. Ou seja, a criança terá um pênis com aspecto e funcionamento normal mais cedo.

Possíveis complicações

Assim como ocorre em qualquer processo cirúrgico, a cirurgia pediátrica de hipospádia pode apresentar complicações imediatas, como: sangramentos, hematomas, infecção e deiscência.

Os sangramentos são facilmente controlados durante o procedimento e é possível utilizar bandagens de compressão para controlá-lo no período pós-cirúrgico. No entanto, é necessário utilizá-las sob supervisão médica. Dessa forma dá para evitar comprimir o tecido em excesso, o que geraria isquemias.

Felizmente as infecções graves são bastante raras nesse tipo de cirurgia.

Também existem complicações tardias que são mais comuns em casos operados tardiamente. Algumas delas são:
● Fístulas (vazamentos);
● Estenoses (estreitamentos);
● Necrose.

Os problemas podem ser corrigidos através de nova cirurgia pediátrica, com intervalos de 6 a 9 meses.

Operações tardias também possuem risco de causar danos psicológicos à criança, como insegurança e baixa autoestima. Por isso é tão importante o diagnóstico e tratamento
precoce.

Pais conseguem perceber o resultado final da cirurgia após os primeiros 12 meses de recuperação. Ele é bastante similar a uma circuncisão e melhora de aparência durante a puberdade do paciente.

Preparação da criança para o procedimento com o cirurgião pediátrico

A preparação para a cirurgia de hipospádia com o cirurgião pediátrico varia bastante de acordo com o caso. Uma hipospádia distal precisa somente de exames laboratoriais para avaliar o estado geral de saúde do paciente e uma avaliação pré-anestésica, como ocorre em qualquer operação.

Pacientes com hipospádia proximal (casos mais graves) precisam de outros exames. Eles avaliam a presença de deformidades urinárias associadas que também possam precisar de tratamento cirúrgico. Entre as avaliações que podem ser realizadas podemos destacar ultrassom de rins e vias urinárias e raio-x contrastado da bexiga e uretra.

Contanto que o procedimento seja feito por um cirurgião pediatra especialista em urologia infantil, as chances de sucesso são altas. Atualmente o tratamento de hipospádia está bastante sofisticado e existem formas de reconstruir a uretra para a maioria dos casos.

Quer saber mais? Entre em contato com a equipe do Dr. Rafael Rocha para tirar suas dúvidas.

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