A hérnia umbilical, ou umbigo estufado, como é chamada popularmente, é uma das anomalias que surgem junto com o nascimento do bebê e que podem desaparecer espontaneamente nos primeiros anos da criança. A maioria das hérnias umbilicais tem resolução espontânea até os 2 anos de idade. Contudo, verificam-se casos que duram mais e que exigem tratamento cirúrgico. Antes de mais nada é importante saber exatamente o que é a doença, suas causas, sintomas e tipos de tratamento.
Comum em bebês, ela surge no local da cicatriz umbilical, no local onde se insere o cordão umbilical do bebê. O mais habitual é que a hérnia seja percebida pela saliência indolor, visível e maleável no umbigo. Pode se tornar mais evidente quando a criança chora, tosse ou faz algum esforço. O uso de moedas, muito utilizado em outras épocas, não é recomendado pois não colabora para o sumiço da hérnia e pode gerar complicações.
Quais são as causas?
Durante a vida embrionária, o umbigo é constituído por várias estruturas. Após o nascimento, essas estruturas perdem sua função e, com isso, acontece uma contração do anel umbilical até se fechar inteiramente. As crianças com a enfermidade mostram uma imperfeição nesse fechamento. Alguns fatores podem favorecer a formação de hérnias umbilicais, como histórico familiar de hérnias, criptorquidia e recém-nascidos prematuros. As hérnias umbilicais são mais comuns em crianças com algumas condições peculiares, como as que apresentam baixo peso ao nascer ou nascem prematuras.
Outro detalhe importante: a incidência de hérnia umbilical é maior em meninos e em crianças negras.
Sintomas de hérnia umbilical no bebê.
O mais comum é que a hérnia umbilical seja notada pela saliência no umbigo. Caso a hérnia umbilical seja muito grande ou não desapareça até o prazo máximo previsto, o cirurgião infantil deve indicar tratamento cirúrgico. Ao primeiro sinal da doença, mesmo quando não apresentam sintomas de dor, as crianças devem ser conduzidas ao cirurgião infantil para que seja avaliado o quadro. Pois quando grave e não cuidada, a hérnia pode se expandir e ficar aprisionada na cicatriz do umbigo, resultando na hérnia encarcerada, o que pode vir a ser uma ameaça para a vida do bebê, sendo fundamental a realização de cirurgia com urgência para tratá-la.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico é feito a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela criança, além da observação e palpação da região do umbigo. O médico pode também recomendar a realização de exames de imagem da região, como uma ultrassonografia para avaliar a extensão da hérnia e verificar se há risco de complicações.
Quando é que a cirurgia entra em cena?
A forma mais eficiente para se ver livre da anomalia é através da cirurgia conhecida como herniorrafia. Com seu uso, além de dar uma solução para o problema, o cirurgião pediátrico evita distúrbios, como infecção intestinal ou morte de tecidos por problemas provocados pela falta de circulação do sangue no local. A técnica cirúrgica utilizada consiste em incisão na cicatriz umbilical e fechamento do defeito da parede abdominal através de pontos de material absorvível.
Quando a hérnia umbilical pode complicar.
Normalmente, a hérnia umbilical não é motivo de preocupação, mas se ela ficar presa, ocorre um fato chamado de encarceramento, que é quando o intestino fica aprisionado dentro da hérnia, não podendo mais retornar para o interior do abdômen. Se isso ocorrer, a região pode ficar vermelha e quente, indicando inflamação, e a criança pode apresentar febre. Nesse caso, a cirurgia deve ser realizada imediatamente. Essa complicação pode afetar pessoas com grandes ou pequenas hérnias no umbigo, podendo acontecer em indivíduos que têm a hérnia há 1 dia ou há alguns anos, sem precisão no tempo da ocorrência. Dor intensa no umbigo com várias horas de duração, mau funcionamento com paralisação do intestino e abdômen inchado podem ser sintomas de que a hérnia está encarcerada. Náuseas e vômitos também podem acontecer.