A hipospádia é um defeito na formação da uretra que cria um orifício para a urina em posição atípica no pênis. O cirurgião pediatra mostra que o problema se apresenta de 4 maneiras, de acordo com a localização da abertura, que pode estar mais próxima da base do pênis ou da glande:
- Hipospádia distal: quando a abertura da uretra está situada perto da glande do pênis.
- Peniana: a abertura fica ao longo do corpo do pênis, um pouco abaixo da glande;
- Proximal: quando a abertura da uretra se forma perto da região da bolsa escrotal;
- Perineal: mais raro, é o tipo em que a fenda da uretra surge próxima ao ânus.
Além de gerar diversas outras complicações, o problema atrapalha a criança na hora de fazer xixi, obrigando-a a fazer sentada.
O tratamento é cirúrgico e deve ser realizado por um cirurgião pediátrico.
Causas da hipospádia
Na hipospádia, às vezes o motivo é genético, mas um conjunto de outras circunstâncias também pode desempenhar um papel fundamental. Na maioria dos casos, a razão exata da enfermidade ainda não é conhecida.
Porém, existem alguns fatores que podem estar relacionados a ela: histórico familiar favorável à doença; determinadas variações genéticas que podem provocar um mau funcionamento dos hormônios responsáveis pela formação dos genitais masculinos; gestantes acima de 35 anos e uso de certos medicamentos no período da gravidez.
O urologista infantil pode diagnosticar a enfermidade já no nascimento da criança. O exame físico do recém-nascido, feito ainda na sala de parto, pode constatar o problema.
Em seguida, o pediatra poderá sugerir aos pais que levem o bebê para um exame mais detalhado com um cirurgião pediatra especializado.
Como o urologista infantil trata a hipospádia?
Na hipospádia tratamento é feito através de cirurgia pediátrica e visa corrigir os três problemas da doença: correção da curvatura peniana, reposicionamento do meato uretral com a confecção de uma nova uretra e tratamento do capuchão. Normalmente, uma única cirurgia já é suficiente para corrigir o problema, mas algumas formas requerem mais de um processo cirúrgico.
A melhor época para o tratamento é por volta de um ano de idade.
Alguns cirurgiões infantis recomendam o uso de pomada de testosterona a 1%, durante seis semanas antes da cirurgia, como forma de facilitar o procedimento de reconstrução. O objetivo dessa atitude é melhorar as dimensões principalmente da glande, facilitando a uretroplastia, especialmente nos casos de genitália muito reduzida.
Tratamento com o Cirurgião Pediatra
Nos casos em que a abertura é mais próxima da glande, o procedimento cirúrgico dura por volta de uma hora com alta no mesmo dia. Assim, o paciente não precisa de internação e nem passar a noite num quarto de hospital ou enfermaria, evitando maior separação do ambiente familiar e reduzindo os riscos de infecção hospitalar.
A operação também consiste em utilizar a pele que recobre a glande do pênis, que é retirada na cirurgia da postectomia, para recompor o órgão genital. Os tecidos são redistribuídos de forma a devolver o aspecto anatômico e funcional regular do pênis do paciente na idade adulta.
Além de resolver definitivamente a questão, a cirurgia ajuda a evitar problemas psicológicos no desenvolvimento da criança.
Em casos mais graves, que necessitam de mais de um procedimento, o intervalo entre uma cirurgia e outra deve ser de, no mínimo, 6 meses.
Cuidados pré-operatórios da hipospádia
No pré-operatório de hipospádia, são realizados exames laboratoriais de rotina para confirmar que a criança está em boas condições clínicas para a cirurgia. Na tarde do dia anterior ao procedimento também será feita uma avaliação pré-anestésica para orientar os pais e atestar que a criança tem condições anestésicas apropriadas.
Como já foi dito, a cirurgia é a única forma de corrigir a malformação no pênis. A uretroplastia é um tipo de plástica da uretra, feita para reconstruir o canal condutor da urina. Há diferentes técnicas que o cirurgião pediatra pode aplicar na cirurgia para posicionar a uretra no local correto.
A maioria dos doentes realiza apenas uma cirurgia para corrigir a enfermidade. A exceção são os casos em que se observa uma hipospádia mais proximal ou casos desfavoráveis.
Cuidados pós-cirúrgicos
Após a cirurgia de hipospádia é preciso que o paciente permaneça com uma sonda na bexiga por um curto período. Mesmo com ela, a criança poderá andar ou engatinhar normalmente.
Geralmente, o curativo cirúrgico é retirado entre o segundo e o terceiro dia após a operação.
É natural que a criança possa sentir algum desconforto ou mesmo dor no local, que podem ser amenizados com analgésicos, prescritos pelo próprio urologista pediátrico.
Ainda no centro cirúrgico, o urologista infantil dá as primeiras orientações sobre os cuidados a serem tomados e outras recomendações, que serão mais aprofundadas a cada consulta de retorno.
A maior parte dos casos de pacientes que são submetidos à cirurgia de uretroplastia consegue ter ótima recuperação.
Ajudando seu filho a se preparar para a cirurgia de hispospádia
Recomenda-se que os pais acompanhem, de perto, todos os passos do tratamento.
A cirurgia é muito delicada e o resultado final depende muito do cuidado deles com a criança em todos os momentos, antes e após o ato cirúrgico.
Algumas precauções a serem tomadas:
1. Os pais devem ser orientados pelo cirurgião sobre como será feita a cirurgia, para que eles se sintam seguros e consigam passar esta segurança para o filho;
2. Não esconder da criança o que será realizado, mas também não entrar em detalhes que ela não possa compreender ou mesmo que possam amedrontá-la;
3. Apresentar os benefícios da cirurgia: que ele poderá fazer xixi de pé como os coleguinhas, que vai facilitar a limpeza do órgão genital, que ele vai ficar com o pênis parecido com o de um parente que foi circuncidado ou operado de fimose;
4. Demonstrando amor, passando segurança, esclarecendo as dúvidas, respondendo claramente as perguntas do menino e, se possível, levando-o para conhecer antecipadamente o local onde será realizada a cirurgia, os pais ajudam a reduzir o medo do que ele ainda não conhece.