A fimose em criança é uma condição que se origina baseada em fatores genéticos, sendo impossível tentar evitar seu surgimento. A formação da pele que encobre a glande ocorre ainda na vida fetal e varia de acordo com cada caso.

O que é fimose?

A fimose é caracterizada pela dificuldade de expor a cabeça do pênis da criança devido ao excesso de pele que recobre o local. Essa pele é chamada de prepúcio e apresenta-se em praticamente todos os meninos com o intuito de proteger a glande. E todo recém-nascido do sexo masculino com genitália normal, possui o prepúcio recobrindo a glande. 

Nos casos em que o problema persiste, são apresentados sintomas desagradáveis para a criança, sendo necessária uma intervenção cirúrgica para a remoção da pele.  

Quais são os sinais de fimose em criança?

Os principais sinais que podem ser apresentados pela criança com fimose são:

• A incapacidade de expor a glande (cabeça do pênis);
• Sangramento ao forçar a pele;
• Inchaço local;
• Secreção e mau cheiro no pênis devido à dificuldade de higienizar o local da maneira correta; 
• Dificuldade ao urinar, apresentando dor ou ardência. 

É importante levar a criança ao urologista pediátrico assim que os pais perceberem a dificuldade para expor a glande e outros sintomas, para obter mais informações e também para que seja realizado o tratamento adequado.

O diagnóstico da fimose em criança só pode ser considerado quando é feita uma análise clínica pelo urologista infantil, realizando-se um exame físico. O resultado se confirma quando não é possível expor a glande ao retrair a pele que a cobre. 

A primeira análise para verificar a presença de fimose é realizada no bebê ainda recém-nascido, porém é um exame comum em todas as consultas ao pediatra até a criança completar 5 anos.

Quais os tipos de fimose em criança?

É fundamental saber distinguir qual o tipo de fimose, sendo caracterizada em dois tipos:

Fimose primária ou fisiológica: condição mais comum, estando presente desde o nascimento da criança.  No caso da fimose primária, o prepúcio se descola da glande com exercícios e aplicação de pomada, apresentando melhora conforme a criança vai se desenvolvendo;

Fimose secundária ou patológica: pode surgir devido à manipulação incorreta do prepúcio, causando traumas e infecções locais. Esse tipo de fimose não se resolve de forma espontânea como a fimose fisiológica, pois seu tecido já está firme, impedindo a retração correta do prepúcio. 

Os tipos de fimose também são classificados em diferentes graus:

• Grau 1: quando é possível retrair o prepúcio  completamente;
• Grau 2: é possível expor grande parte da glande 
• Grau 3: é possível expor apenas o meato uretral 
• Grau 4: com retração reduzida, sem a possibilidade de exposição da glande;
• Grau 5: com a impossibilidade de ser realizada a retração prepucial. 

Como tratar a fimose em criança?

A cirurgia para a fimose em criança não é o único tratamento para a condição. 

Conheça aqui todas as formas da fimose ser tratada:

• Exercícios no prepúcio: indicados pelo urologista pediátrico, tais exercícios baseiam-se na movimentação lenta da pele do pênis da criança para cima e para baixo, esticando e encolhendo o prepúcio, sem forçar, e buscando evitar a dor;
• Aplicação de pomada: quando não há a indicação de cirurgia pelo cirurgião pediatra, o uso de pomadas é recomendado. Atualmente são comercializadas pomadas à base de corticoides. Elas podem ser indicadas especificamente para uso na região da glande, agindo no local, tornando a pele mais fina e macia, colaborando para o descolamento da pele aderida à glande; 
• Anel plástico: a colocação do anel plástico é um procedimento cirúrgico no qual o anel é introduzido em volta da glande e por baixo do prepúcio, sem apertar a ponta do pênis. É importante dar banhos de imersão com água quente na criança para limpar o pênis. Sempre após o banho é importante a aplicação de pomada antibiótica em redor do anel, deixando o pênis da criança secar ao ar sempre que possível;
• Cirurgia pediátrica: as intervenções cirúrgicas são a postectomia ou o descolamento balano prepucial com frenotomia, ambas realizadas de forma simples e com poucas chances de complicações. 

Geralmente a cirurgia de fimose é indicada para crianças na faixa etária de 2 a 3 anos de idade. O objetivo da cirurgia é facilitar a higiene do pênis da criança, além de diminuir o risco de infecções no órgão. Sua realização é rápida, durando cerca de uma hora apenas e com restabelecimento total da criança por no máximo 3 semanas. 

A cirurgia pediátrica é indicada para casos em que houve falha terapêutica de exercícios e pomadas, presença de anel fibrótico e prepúcio totalmente fechado. A cirurgia também pode ser indicada para crianças portadoras da malformação do trato urinário e na presença de quadros recorrentes de infecção urinária. 

A cirurgia para fimose é  feita removendo-se quase que completamente a camada de pele que recobre a glande.

Há contraindicação da cirurgia de fimose em criança?

A cirurgia para fimose é contra-indicada nos seguintes casos: 

• Dificuldade de coagulação sanguínea;
• Infecção local;
• Anormalidades no pênis, como hipospádia ou pênis embutido, pois nestes casos é preciso aproveitar a pele do prepúcio para a reconstrução de outros tecidos da região genital. 

Quais cuidados devem ser tomados em crianças com fimose?

Caso a criança esteja com fimose primária e sem complicações, são recomendados alguns cuidados gerais, como:

• Evitar a tração do prepúcio ou massagens (buscando evitar sangramento e fibrose, podendo evoluir o caso para fimose patológica);
• Realizar uma tração gentil do prepúcio durante certos momentos, como na troca de fralda e durante o banho, para que o processo de retrair o prepúcio e expor a glande sejam realizados progressivamente;
• Enquanto estiver realizando a retração do prepúcio, é importante lavar e secar a região exposta e, após realizar a tração do prepúcio, é importante sempre reduzir a tração (recobrir a glande) evitando a parafimose, condição que ocorre quando o prepúcio fica retraído abaixo da glande e não pode ser reconduzido a sua posição normal, resultando em congestão venosa e linfática da glande.