O que é estenose de JUP e como funcionam as cirurgias pediátricas para este problema

bebê deitado na cama como cara irritada tem estenose de jup e precisa de cirurgias pediátricas

A estenose de JUP é um estreitamento que ocorre na junção entre a pelve renal e o ureter (JUP). A doença pode ser congênita, ou seja, surge ainda durante a formação do embrião, ou adquirida, sendo o primeiro tipo mais comum nas cirurgias pediátricas.

Por causa do estreitamento os rins possuem dificuldade para drenar a urina, já que sua passagem fica bastante limitada. O problema é relativamente comum, ocorrendo em 1 em cada 5.000 recém-nascidos. 

Atualmente, em geral, o diagnóstico é precoce. Pois ainda no período neonatal é possível identificar sinais sugestivos da doença. Assim, é possível realizar o tratamento antes da fase onde aparecem os sintomas, diferente de como ocorria há alguns anos. Raramente crianças mais velhas são diagnosticadas com o problema. 

O local afetado pelo problema é uma região bastante complexa. Por isso, é importante manter o acompanhamento com o especialista em urologia pediátrica para identificar a necessidade de cirurgia. 

Causas da estenose de JUP na urologia pediátrica

Os motivos para o surgimento da doença não são completamente conhecidos ainda. Especialistas imaginam que durante o desenvolvimento do corpo ocorra uma interrupção no desenvolvimento da região, desencadeando o problema. 

Além das malformações congênitas, é possível que a deficiência ocorra por causa do surgimento de vasos sanguíneos anômalos. Eles cruzam o local da junção e podem provocar o estreitamento com compressão externa, estando presentes em 15% a 52% dos casos. 

Existem casos de associação desta doença com outros problemas congênitos do sistema urinário, como o refluxo vesicoureteral.

Em algumas ocasiões mais raras a estenose pode ser um problema adquirido. Geralmente ela surge após algum tipo de cirurgia na região dos rins ou após um cálculo renal. 

Doenças relacionadas à estenose de JUP

Geralmente a estenose está relacionada a outro quadro de estenose no rim oposto. Isso ocorre em cerca de 40% dos casos identificados. Esses quadros, em geral, precisam de cirurgia para corrigir completamente o problema. 

Outra patologia associada muito comum é o refluxo vesicoureteral. Ele é caracterizado por problemas que afetam as “válvulas” dos ureteres, permitindo que a urina retorne da bexiga ao rim.

Por último, uma pequena porcentagem de portadores da estenose apresentam a ausência de um rim. A doença é grave e geralmente é diagnosticada precocemente. Ela precisa de tratamento e acompanhamento com um urologista pediátrico para evitar complicações mais severas.

ilustração de rim com estenose de jup passando por cirurgias pediátricas

Principais sintomas identificados por quem faz cirurgias pediátricas

Em geral, como essa patologia costuma ser diagnosticada muito cedo, ela costuma ser assintomática. Os sintomas surgem em casos de diagnóstico tardio. Nesse caso eles se manifestam como: 

  • Falhas no crescimento; 
  • Alterações alimentares; 
  • Náuseas e vômitos; 
  • Dores abdominais;
  • Infeção urinária.

Se a doença só foi identificada na fase adulta, quando gera problemas nos rins, os sintomas podem ser mais graves, incluindo: 

  • Dores lombares; 
  • Sangue na urina; 
  • Hipertensão arterial. 

Em qualquer um dos quadros é importante procurar um especialista para o diagnóstico. 

Opções de tratamento: conservador ou com cirurgias pediátricas 

Após o diagnóstico inicial da doença o profissional de urologia pediátrica acompanha o bebê até o nascimento. Nem sempre o bebê precisa de cirurgia imediatamente. Em alguns quadros é possível (e recomendado) esperar um pouco para que ocorra o desenvolvimento das estruturas associadas à doença para permitir uma cirurgia mais segura, mas em outros casos a cirurgia deve ser realizada logo ao nascimento para evitar perda de função renal irreversível.

Também existe a opção de tratamento conservador. Qualquer decisão de tratamento é sempre conversada entre médico e pais para encontrar a melhor solução.

Tratamento conservador

O tratamento conservador, aquele que não precisa de cirurgias pediátricas, consiste em acompanhamento através de exames de imagem criteriosos e frequentes. O médico deve estar muito perto do paciente e decidir se prossegue com o tratamento sem cirurgia ou se muda a conduta. 

Existe a possibilidade de que o estreitamento identificado no JUP melhore com o tempo. Isso ocorre na minoria dos casos. No entanto, o acompanhamento não é possível para todos os pacientes com a patologia. É importante considerar sempre os riscos e chances de complicações antes de escolher essa forma de tratamento. 

Durante esse período de observação o paciente deve realizar exames periódicos. Mais comumente utiliza-se a cintilografia e ultrassom, dois procedimentos considerados como não invasivos e seguros para todas as faixas etárias. 

Os exames ocorrem em um intervalo de 4 a 6 meses. Somente quando o urologista considera necessário eles precisam ser realizados a cada 3 meses. 

Tratamento com cirurgias pediátricas

O tratamento cirúrgico é recomendado para alguns casos específicos, como:

  • Pacientes sintomáticos com estenose de JUP;
  • Casos onde o estreitamento do JUP causa ou gera risco de problemas renais; 
  • Quadros com anomalias associadas (como refluxo vesicoureteral); 
  • Pacientes com ausência de um rim ou hidronefrose acentuada. 

As cirurgias pediátricas para tratar a estenose costumam ser procedimentos complexos. O procedimento pode ser resumido na remoção da área com obstrução no canal e reconstrução da via de saída da urina do rim. 

Durante as cirurgias para corrigir a estenose é possível solucionar também doenças correlacionadas, como o refluxo vesicoureteral. As chances de sucesso do procedimento são bastante altas, chegando a 95%. 

Dependendo do caso, a cirurgia pode ser realizada por via aberta ou por videolaparoscopia. Ambos os procedimentos possuem altas taxas de sucesso e sua escolha é feita de acordo com o risco individual do paciente, idade e com os problemas relacionados que podem precisar de operação.

Caso a estenose de JUP fique sem tratamento por muito tempo pode causar complicações graves. Entre os problemas que podem surgir encontramos cálculos renais, infecções urinárias recorrentes e até falência renal.