A fimose é um excesso de pele que cobre a cabeça do pênis, provocando dificuldade para expor a glande e, às vezes, até para urinar. Vale lembrar que existem vários tipos de fimose, e que o reconhecimento do problema no recém-nascido é fácil, bastando um exame feito pelo pediatra logo após o parto.
O tratamento da fimose infantil deve ser sempre recomendado e orientado pelo próprio especialista. Mas fique atento a esta dica: até os 4 ou 5 anos do menino a fimose pode ser resolvida espontaneamente, não precisando de qualquer tipo de tratamento. Na hipótese do problema continuar depois desse período, pode ser receitado pelo médico o uso de pomadas e exercícios para retrair o prepúcio, exercícios estes que os próprios pais podem fazer, e, sendo o caso, cirurgia.
De qualquer maneira, antes de mais nada, é fundamental que os olhos de um bom urologista infantil observem e examinem o bebê, para indicar o melhor procedimento. Conheça mais sobre o problema e descubra quais os tipos de fimose.
Os tipos de fimose
Os tipos de fimose são classificados em duas espécies: fimose primária ou fisiológica e fimose secundária ou patológica.
Fimose primária ou fisiológica
Mais comum, a fimose fisiológica é aquela que acompanha o bebê desde o nascimento. Essa formação é fundamental para proteger o pênis do recém-nascido.
Com o decorrer do tempo, essa pele tende a se retrair espontaneamente e, caso isso não ocorra, deve-se procurar o tratamento mais adequado.
De um jeito ou de outro, é sempre bom ter a orientação de um cirurgião pediátrico, que vai indicar o tratamento mais adequado. Geralmente, feito através de cirurgia de fimose.
Fimose patológica ou secundária
Podendo aparecer em qualquer período da vida, mesmo após a infância, esse tipo de fimose é originária de algum quadro de inflamação, infecção ou de um trauma na região peniana.
Um dos principais fatores da fimose patológica é a falta de higiene no pênis causando acúmulo de suor, sujeira, bactérias ou outros microrganismos, provocando infecção e inflamação.
Além disso, a fimose secundária também podem causar algumas doenças de pele, como psoríase, eczema ou líquen plano, que provocam coceira e irritação.
Existem tipos de fimose feminina?
Falando em tipos de fimose, apesar de ser raro, as meninas podem ter o problema, quando se percebe a aderência dos pequenos lábios da vagina tapando a abertura do órgão genital sem, no entanto, ocultar o clitóris ou a uretra, que é por onde sai a urina.
Semelhante ao caso dos meninos, a fimose feminina pode ser solucionada no decorrer do tempo conforme o crescimento da menina. Senão, pode ser necessário verificar o melhor tratamento que deverá ser recomendado pelo urologista pediatra ou cirurgião pediátrico.
Como reconhecer a presença da fimose
Há um jeito simples de verificar se existe fimose? Sim, existe.
Basta tentar puxar cuidadosamente a pele que envolve a cabeça do pênis. Se não for possível enxergar totalmente a glande, isso mostra a presença do problema.
De acordo com suas características e limitações, a fimose pode ser classificada em 5 graus distintos:
- Fimose grau 1: consegue-se movimentar totalmente o prepúcio mas, além da base da glande ficar coberta por pele, quando for voltar com esta pra frente, pode-se sentir uma certa dificuldade;
- Fimose grau 2: é possível mover o prepúcio, porém a pele não consegue ultrapassar a parte mais larga da glande;
- Fimose grau 3: no terceiro tipo, consegue-se puxar a glande só até aparecer o orifício urinário;
- Fimose grau 4: no quarto grau, existe tanta pele acumulada que a retração do prepúcio é muito pequena, não se conseguindo expor a glande;
- Fimose grau 5: o quinto nível é a forma mais grave do problema, em que não se consegue puxar a pele do prepúcio, não se conseguindo expor em nada a glande.
Como são os tratamentos para os tipos de fimose?
Os tratamentos para os tipos de fimose infantil devem ser sempre recomendados e orientados por um especialista, como um urologista infantil ou um cirurgião pediátrico. Basicamente, existem três tipos de procedimentos:
- Aplicação de pomadas com ação anti-inflamatória e antibiótica, buscando amaciar mais a pele em excesso, para que ela fique mais fina e suave, possibilitando deslizar com mais facilidade pela glande;
- Para crianças com mais de 5 anos, é mais recomendado exercício manual no próprio órgão genital, fazendo leves movimentos com o prepúcio, para que ele se movimente pela glande sem provocar desconfortos e dores.
Para casos de maior gravidade, é recomendada a cirurgia postectomia, um procedimento cirúrgico no qual o cirurgião pediátrico retira a pele em volta do prepúcio, expondo a glande.
Os problemas que a falta de tratamento pode causar
O zelo com nossos filhos vem desde cedo e acompanha-nos pela vida toda, para que eles tenham bem estar e saúde em sua infância, adolescência e na fase adulta. Nossos hábitos de higiene são fundamentais para evitar outras complicações por causa do problema.
Em alguns casos de fimose a pele está tão justa e apertada que até mesmo a urina pode ficar retida em seu interior, aumentando o risco de infecção urinária.
Geralmente, por essas condições, impede a limpeza e assepsia adequadas da região, trazendo desconforto e dor nas relações sexuais, aumentando a chance de contrair uma infecção sexualmente transmissível, HPV ou câncer de pênis, além de ampliar muito o risco de gerar uma parafimose, que é a impossibilidade de fazer o prepúcio voltar a recobrir a glande do pênis quando recolhido.
Normalmente, os pais procuram resolver este problema do filho o mais prontamente possível, poupando o menino de possíveis complicações na vida adulta. Por isso, cuidar no tempo certo é uma demonstração de cuidado e proteção que você tem pelo seu filho. E a garantia de tranquilidade para o amanhã de toda a família.
De qualquer maneira, antes de mais nada, é fundamental que um bom urologista infantil observem e examinem o bebê, para indicar o procedimento mais adequado.
Diagnóstico dos tipos de fimose com o urologista infantil
O diagnóstico dos tipos de fimose é basicamente clínico. Durante a primeira visita ao urologista, ele deve tentar expor a glande. Ao constatar dificuldade para realizar a manobra, já é possível dizer que o paciente possui essa condição.
No entanto, não estranhe se o urologista pediátrico não indicar uma cirurgia para o seu filho. A maioria dos bebês apresenta fimose, somente cerca de 4% conseguem expor a glande. Os números devem ir aumentando conforme a criança se desenvolve, então, inicialmente, consideramos o quadro como fisiológico.
O urologista também realiza a avaliação de possíveis complicações decorrentes do quadro. Lesões, vermelhidão, inchaço e inflamação são sinais de alerta que podem indicar um problema a mais.
Tratamento conservador para fimose
No primeiro momento, o tratamento da fimose fisiológica é clínico. No começo, o médico recomenda exercícios e o uso de pomadas com corticoides que ajudam a “amolecer” a pele da região e, ao longo do tempo, devem permitir a exposição da glande sem maiores problemas.
Mas os pais precisam entender que não devem tentar qualquer tipo de manobra que force a sua exposição. Ao retrair o prepúcio para aplicar a pomada, isso deve acontecer no seu limite e sem forçar de qualquer maneira.
Os exercícios indicados por alguns urologistas para esse objetivo só podem acontecer com orientação especializada e dentro do período estipulado.
Manejo dos tipos de fimose de acordo com faixa etária
O manejo dos tipos de fimose varia um pouco de acordo com a faixa etária de quando ocorre o diagnóstico. Em recém-nascidos ou crianças muito novas, as principais recomendações são observar e iniciar as orientações de higiene e exercícios.
Conforme a criança cresce e começa a se lavar sozinha, deve receber instruções para realizar esse tipo de tração leve durante o banho. A instrução é sempre retrair o prepúcio até o seu limite, sem forçar, e depois recobrir a glande.
O tratamento com cremes e pomadas deve ocorrer apenas em casos de fimose fisiológica ou acolamento balanoprepucial.
Se não houver complicações, a cirurgia em casos de fimose ou acolamento (não resolvido com exercícios e pomada) vira uma opção entre os 2 e 3 anos de idade. Caso haja complicações, a intervenção cirúrgica pode ser indicada antes.
Circuncisão é necessária para todos os tipos de fimose?
Na realidade, noventa por cento dos bebês nascem com aderências no prepúcio, contudo, apenas cerca de 1% dos adolescentes de 17 anos permanecem com esse tipo de problema. Muitos casos conseguem solução usando o tratamento conservador. As pomadas e as massagens devem ser suficientes para viabilizar a exposição da glande para quase todos os tipos de fimose.
A postectomia, popularmente conhecida como cirurgia de circuncisão, só é indicada em alguns casos, como:
● Infecções urinárias de repetição;
● Balanopostite (infecção do pênis por má higiene);
● Parafimose (quando a pele do prepúcio fica presa abaixo da glande e a estrangula);
● Presença de cicatrizes intratáveis no prepúcio;
● Preferência familiar, seja por motivos culturais ou religiosos.
Como ocorre a cirurgia de fimose?
Para a realização da cirurgia de fimose, o paciente recebe anestesia geral, visto que, dormindo, ele fica mais confortável e não há movimentações durante o procedimento. Além disso, a equipe cirúrgica consegue controlar melhor os sinais vitais e evitar a ansiedade, principalmente, se for criança.
Primeiramente, o urologista estabelece um bloqueio na base do pênis com uma agulha fina, com o intuito de deixar o local amortecido no início do pós-operatório. Depois, basta remover o excesso de pele do prepúcio.
Em geral, as cirurgias desses tipos de fimose são rápidas. O paciente recebe alta hospitalar no mesmo dia, retornando ao médico, normalmente, por duas vezes: em 1 semana e 1 mês após a cirurgia.
Riscos do procedimento
O procedimento de circuncisão é extremamente simples e seguro, quando acontece no ambiente hospitalar. As complicações são raras, mas podem ocorrer como em qualquer outra cirurgia. Algumas das mais comuns incluem:
● Sangramentos e edema no local da cirurgia;
● Retirada insuficiente ou em excesso da pele do prepúcio;
● Estreitamento do meato da uretra (por onde passa a urina);
● Assimetria do prepúcio, o que exige uma segunda cirurgia;
● Infecções.
Pós-operatório e recuperação
O pós-operatório da maioria dos casos costuma ser tranquilo. O paciente recebe orientação de manter repouso e, sobretudo, evitar esportes e atividades físicas nos próximos 20 dias. Nos primeiros dias, o local operado pode ter um leve inchaço, manchas roxas e vermelhidão, mas isso é perfeitamente normal.
Tudo deve permanecer protegido por um curativo por 1 dia. Após a retirada do curativo, é fundamental lavar o local com água e sabão, porém, com muita delicadeza, uma vez que pode ocorrer sangramento.
Também é importante aplicar a pomada recomendada pelo urologista pediátrico durante o período indicado.
Parafimose, como identificar essa complicação comum dos diversos tipos de fimose?
A parafimose é uma complicação decorrente dos variados tipos de fimose. Muitas das vezes, o paciente consegue expor a glande após uma manobra ou massagem, entretanto, a pele não volta ao lugar. Isso gera um estreitamento na base da glande e diminui o retorno sanguíneo.
O quadro é considerado como uma emergência urológica. Depois de um tempo prolongado nessa situação, o tecido da glande sofre danos irreversíveis, com risco de necrosar. Por isso, a consulta com um cirurgião pediatra é importantíssima.
Os principais sinais dessa condição grave são edema, inchaço na região da glande e dor.
O tratamento de parafimose é sempre cirúrgico?
Assim que o paciente chega ao consultório, talvez, o médico consiga retornar a pele do prepúcio à posição correta utilizando massagens. No entanto, após essa redução, é indicado realizar uma cirurgia para o tratamento adequado, já que a parafimose costuma acontecer novamente. A cirurgia é tanto de caráter corretivo quanto preventivo.