Quais os principais problemas infantis que um urologista pediátrico trata?

Dr Rafael urologista pediátrico com paciente no consultório

O urologista pediátrico é o profissional especializado no tratamento dos problemas do sistema urinário de bebês, crianças e adolescentes, incluindo áreas, como rins, bexiga e ureteres. Além de cuidar dos órgãos genitais, ele zela também pelo aparelho urinário tanto de meninos quanto de meninas.

Não é novidade que, desde o nascimento dos nossos filhos, é fundamental o acompanhamento de um pediatra. Mas é sempre bom lembrar que, em alguns casos, também se faz necessária a orientação de um especialista. 

Neste período da vida, do neonatal até o fim da puberdade, ou seja, de 0 a 18 anos, existem doenças muito comuns entre as crianças e que precisam da observação deste especialista. Fimose, hipospádia, incontinência urinária, criptorquidia, refluxo vesicoureteral e infecções do trato urinário são algumas delas. Portanto, é primordial o acompanhamento regular do urologista pediátrico, em consultas preventivas, para observar o desenvolvimento da criança e zelar por sua saúde.

Os problemas mais comuns tratados pelo urologista pediátrico

Algumas doenças são mais presentes num consultório de um urologista pediátrico do que outras. Veja as principais:

Fimose

A fimose caracteriza-se pelo recobrimento da glande (cabeça do pênis) pela pele que a envolve, chamada de prepúcio. Às vezes, essa encontra-se tão fechada que impede o movimento natural do prepúcio, chegando nos casos mais rigorosos a bloquear a saída da urina pelo pênis. A fimose é considerada fisiológica em bebês. E ao final dos 4 anos a maioria dos meninos consegue expor totalmente a glande. Porém, quando existem situações de dificuldade de exposição da glande e de aderências da pele, cabe ao urologista pediátrico avaliar a necessidade de tratamento clínico ou de um procedimento cirúrgico, conhecido por postectomia.

Infecções Penianas

Também conhecidas por balanites e balanopostites. A primeira é a inflamação da mucosa que envolve a glande e que, quando atinge tanto a glande como a parte interna do prepúcio que a recobre, recebe o nome de balanopostite. Diversos são os motivos que podem causar essa inflamação, devendo ser diagnosticados e cuidados pelo especialista.

Criptorquidia

Normalmente, os testículos se formam no interior do abdome e deslocam-se para o saco escrotal até o final da gravidez. Porém, há situações em que isso não ocorre e esses testículos fora do “saco” são chamados de testículos criptorquídicos. Em alguns meses, o testículo geralmente se move para a posição correta por conta própria. Mas caso isso não ocorra, ele pode ser reposicionado cirurgicamente. O momento adequado da cirurgia para recolocar os testículos costuma ser entre 6 meses e 1 ano e o procedimento é muito importante para o apropriado desenvolvimento testicular. A ocorrência de criptorquidia é maior em recém-nascidos prematuros.

Hipospádia

É uma condição congênita relativamente rara em que há uma alteração na formação do canal da urina, a uretra, com a abertura do pênis encontrando-se na parte inferior do órgão, do escroto e até mesmo do períneo. O tratamento é cirúrgico, feito preferencialmente no primeiro ano de vida da criança. Por ser uma operação tecnicamente delicada deve ser realizada por um profissional especializado para lidar com essa patologia.

menino deitado precisa ir ao urologista pediátrico

Infecções Urinárias

Em crianças abaixo de 2 anos, esse problema está frequentemente relacionado à malformação do trato urinário (rins, ureteres e/ou bexiga) que podem contribuir para a propagação de bactérias. Recém-nascidos e bebês podem não apresentar nenhum sintoma, além de uma febre, enquanto crianças mais velhas sentem dor ou ardência na hora de fazer xixi, dores na região da bexiga e necessidade de urinar frequentemente. Infecções urinárias em crianças devem ser examinadas e o urologista pediátrico tem um papel fundamental nesta investigação. É fundamental fazer um diagnóstico minucioso, prescrever o tratamento adequado e prevenir as infecções nas crianças para evitar anomalias no rim e outras complicações.

Hidrocele

Hidrocele é a presença de líquido em quantidades anormais dentro do escroto, envolvendo o testículo, de um lado ou dos dois. Geralmente, a hidrocele não provoca dor ou qualquer outro sintoma além do inchaço do testículo e, por isso, também não provoca lesões nestes, nem afeta a fertilidade. A hidrocele pode desaparecer espontaneamente nos primeiros 2 anos de vida. Porém, se não sumir ou, ao contrário, expandir de tamanho, o problema deve ser solucionado por cirurgia.

Ureterocele

A ureterocele é a perda da sustentação da mucosa do ureter para o interior da bexiga, podendo atingir tanto os meninos quanto as meninas. Essa protuberância da mucosa cria um bloqueio ao escoamento do rim, resultando numa dilatação do órgão (hidronefrose renal) e, algumas vezes, na perda de funcionamento do mesmo. A ureterocele pode provocar infecções no trato urinário e outros distúrbios, quando se associa a outras doenças urológicas.

Enurese noturna (xixi na cama)

Enurese é a micção involuntária que pode ser causada por inúmeros fatores. Desordens nos rins, bexiga, uretra ou falta de controle dos músculos que liberam a urina são alguns deles. Até os 5/7 anos, é comum surgirem episódios de enurese noturna, sem que isso traga maiores preocupações. As alternativas de tratamento variam de acordo com as particularidades e necessidades de cada um. 

Refluxo urinário

O refluxo urinário é um problema de estrutura valvular que possibilita o retorno da urina para os ureteres, que deveria ir dos rins com destino à bexiga. Assim, o refluxo facilita o deslocamento de bactérias para os ureteres, ou mesmo para os rins, provocando infecção urinária. Normalmente, esse problema, também chamado de refluxo vesicoureteral, é de origem congênita. Todavia, também pode ter outras causas, como o mal funcionamento da bexiga ou a obstrução do fluxo da urina. 

Pênis pequeno

Trata-se de uma doença ocasionada por malformação congênita, como pênis embutido ou transposição peno escrotal, que não desaparecem naturalmente com o tempo. São problemas que, além de trazerem preocupação para os pais, trazem dúvidas também sobre o desenvolvimento normal do órgão genital do menino e a aparência estética do mesmo. Nas ocorrências de pênis embutido, o órgão genital poderá aparentar ser menor que o habitual para aquela faixa etária, principalmente se o menino for obeso. O pênis fica envolto em grande parte de sua extensão ou até mesmo totalmente encoberto pela pele. Outra questão do gênero é conhecida como transposição peno escrotal, definida pela localização do saco escrotal, acima da base do pênis.

O primeiro passo para se resolver o problema é consultar um urologista pediátrico, que avaliará detalhadamente o caso. Normalmente, é necessário um procedimento cirúrgico, que possibilitará à criança um desenvolvimento normal, eliminando a dificuldade para urinar e impedindo que esta contraia infecções urinárias com facilidade, além de evitar problemas psicológicos no futuro.

Quando levar seu filho ao urologista pediátrico?

Primeiro, não espere que a criança apresente algum sintoma dos males descritos acima, pois os distúrbios ou disfunções nesta faixa etária são muito mais comuns do que muita gente imagina. Por isso é essencial buscar a orientação de um urologista pediátrico através de consultas regulares e preventivas desde cedo, para acompanhar o desenvolvimento saudável da criança.