O cirurgião pediátrico ou cirurgião pediatra é o profissional que realiza o tratamento clínico cirúrgico em crianças desde o período antenatal até o fim da puberdade. Seu atendimento pode tratar doenças congênitas ou adquiridas. O cirurgião complementa e auxilia o trabalho do pediatra. Ele com frequência precisa ser consultado antes mesmo do nascimento.
Hoje em dia as tecnologias de ultrassom ajudam a realizar o diagnóstico de malformações e problemas de saúde ainda durante a gestação. Assim, pais podem iniciar o acompanhamento com um especialista em cirurgia pediátrica bastante cedo.
Dependendo do caso as consultas ajudam a definir o tratamento após o nascimento. Também existem pacientes que não precisam de tratamento imediato por possuírem condições que são comuns em recém-nascidos e costumam ter resolução espontânea. Esse é o caso de fimose em criança, por exemplo.
Nesses casos o cirurgião pediátrico realiza o acompanhamento durante os primeiros anos de vida. Caso tudo corra bem, o tratamento cirúrgico é descartado. Mas é importante realizar as visitas rotineiras para acompanhar o desenvolvimento da criança.
Existe formação específica para um cirurgião pediátrico?
Ao procurar um profissional para tratamento dos filhos alguns pais confundem-se quanto à especialidade de um cirurgião pediátrico. Para obter o título de cirurgião o médico precisa passar por 5 a 6 anos de formação além dos estudos em sua própria área (como a urologia).
O período exato de estudo depende do pré-requisito escolhido. Quem realiza a residência médica em cirurgia básica faz 2 anos de residência, já quem escolhe cirurgia geral passa 3 anos nessa etapa. No último caso, ao fim de 3 anos, o profissional já é considerado especialista em cirurgia geral.
Depois de finalizar os pré-requisitos é preciso passar por 3 anos adicionais em cirurgia pediátrica. Existe a opção de realizar mais 1 ano de estudo em centros de aperfeiçoamento credenciados pelo CIPE.
Todo esse período é necessário para garantir que o cirurgião pediatra possa prestar o melhor atendimento a pacientes de todas as idades, mesmo os mais novos.
Com quais idades de paciente o cirurgião pediátrico pode trabalhar
O cirurgião pediátrico possui uma área de atuação bastante ampla. Ele está presente em todas as etapas da vida da criança, caso exista necessidade. Confira como ele auxilia no diagnóstico e tratamento de condições em cada idade:
- Pré-natal: realiza o diagnóstico de malformações congênitas que podem ser identificadas durante a gestação. Realiza também a programação do tratamento cirúrgico após o nascimento ou ainda no útero da mãe;
- Neonatal: atende bebês desde o nascimento até o vigésimo oitavo dia de vida. As correções mais comuns nesse período ainda são de malformações congênitas;
- Cirurgia pediátrica geral: o cirurgião realiza o tratamento de malformações que tiveram diagnóstico mais tardio na criança. Também trata cirurgias de urgência;
- Cirurgia urológica: trata problemas do sistema urinário durante toda a infância da criança.
Também existem cirurgiões especializados em outras áreas da medicina infantil, como traumatologia, oncologia e videolaparoscopia.
Uso do trabalho do cirurgião pediátrico na urologia pediátrica
Diversas condições tratadas pelo especialista em urologia pediátrica exigem tratamento cirúrgico feito pelo cirurgião pediátrico. O atendimento de um profissional especializado em crianças é parte essencial para o conforto dos pais e da resolução rápida e menos traumática do problema. Durante os anos extras de estudo para formação, o cirurgião pediatra passa a ser capaz de oferecer um atendimento único.
Ele compreende a posição dos pais, que frequentemente é de medo e apreensão em relação ao filho. E, além de conseguir oferecer o diagnóstico diferenciado, o especialista entende que a criança não é “um adulto em miniatura”, que as necessidades cirúrgicas infantis são bastante diferentes daquelas encontradas em adultos. E, assim, a solução operatória encontrada pelo especialista deve atender às suas necessidades específicas.
Na urologia pediátrica, as operações nem sempre são realizadas no momento do diagnóstico. Graças à visão diferenciada do cirurgião pediátrico é possível tomar a melhor decisão de acordo com a idade, desenvolvimento do sistema urinário e sintomas apresentados.
Patologias que podem precisar do cirurgião pediátrico
Existem diversas patologias e problemas na urologia pediátrica que exigem atenção cirúrgica e a intervenção de um cirurgião pediátrico. No período pré-natal e neonatal as principais são malformações congênitas que podem ter diagnóstico bastante cedo.
Separamos os principais problemas encontrados em crianças jovens que podem exigir a atuação de desse profissional. Confira um pouco mais sobre eles e seus tratamentos abaixo.
1. Fimose infantil
Fimose infantil é um problema bastante comum e um dos principais motivos de visita de pais de meninos ao urologista pediátrico. Nesses pacientes a pele que recobre o prepúcio não se retrai e dificulta a exposição da glande.
Apesar de ser um problema comum, nem todos os pacientes diagnosticados precisam de cirurgia de fimose infantil. Em muitos casos basta ter o acompanhamento do cirurgião até que o problema se resolva nos primeiros anos de vida.
Caso isso não aconteça e a criança sofra com infecções urinárias ou dificuldades de higiene por conta do problema pode ser necessário realizar a cirurgia de postectomia infantil, que alguns chamam erradamente de circuncisão, com um cirurgião pediátrico.
2. Criptorquidia
A criptorquidia é uma condição que ocorre quando os testículos não descem do abdômen para o saco escrotal. Assim como ocorre na fimose, a criptorquidia pode ser resolução espontânea nos primeiros meses de vida. Após o diagnóstico a criança permanece sob observação do cirurgião pediátrico para definir se será necessário operar.
O procedimento operatório deve ser realizado entre os primeiros 6 meses de vida e 1 ano de idade. Nessa época a cirurgia obtém melhores resultados funcionais e também causa menos trauma na criança.
3. Hipospádia
A hipospádia ocorre quando defeitos na formação da uretra fazem com que a saída da urina fique localizada em partes anormais do pênis. Pode ocorrer em qualquer altura, seja proximal, mediana ou mais próximo à ponta.
O procedimento para tratar a hipospádia é cirurgicamente delicado. Por isso, a criança precisa ser atendida por um cirurgião capacitado para realizar todo o procedimento. O diagnóstico precoce ajuda a realizar a cirurgia mais cedo, trazendo melhores resultados.
4. Infecções penianas tratadas por um cirurgião pediátrico
Em bebês e meninos muito pequenos a higienização peniana é bastante delicada e difícil e, como resultado, algumas crianças chegam a desenvolver infecções penianas sérias, como balanopostite e balanite. As inflamações podem atingir somente a glande ou glande e prepúcio.
É comum que as infecções se desenvolvam em meninos que também apresentam fimose. A dificuldade de expor a glande prejudica a higienização e pode ser origem de problemas. Quando o tratamento da condição não ocorre com ajuda de um cirurgião pediátrico, a tentativa de exposição glande de maneira “forçada” pode gerar fissuras que facilitam a infecção.
Pacientes com o problema podem reclamar de dor, coceira e desconforto no pênis. Sinais, como vermelhidão, inchaço peniano, secreção amarela e odor desagradável ajudam os pais a perceberem a infecção nos bebês.
É importante procurar um cirurgião pediatra especialmente em casos em que as infecções estejam relacionadas à fimose. O tratamento das condições deve ser conjunto para evitar o retorno do problema.
5. Infecções urinárias
Infecções urinárias são um problema bastante comum, especialmente em crianças. Elas surgem por diversos motivos, especialmente quando bactérias de outras regiões do corpo, como a anal, entram em contato com o sistema urinário.
Após os primeiros cinco anos de vida, as infecções tornam-se um problema especialmente comum nas meninas. Isso acontece porque a região do períneo facilita o contato da região genital com bactérias do ânus.
Boa parte dos casos não necessita de tratamento com o cirurgião pediátrico. Tudo depende da causa (má higiene, por exemplo) e pode ser resolvida com consultas com o urologista pediátrico e o uso dos medicamentos corretos.
Quando as infecções são recorrentes, no entanto, é importante consultar um cirurgião pediatra para identificar a verdadeira causa por trás do quadro. Alterações anatômicas nas vias urinárias podem aumentar o risco da infecção urinária e devem ser corrigidas de maneira cirúrgica.
6. Hidrocele
Algumas crianças apresentam um acúmulo de líquido ao redor do testículo conhecido como hidrocele. A maior parte dos casos não apresenta dor ou qualquer tipo de desconforto, mas pode ser identificada através do inchaço no local. Mesmo quando o quadro é assintomático, o mais recomendado é que os pais procurem o cirurgião pediátrico.
Casos diagnosticados durante o primeiro ano de vida raramente precisam de tratamento, mas devem ser observados pelo urologista. É comum que o acúmulo de líquido desapareça de maneira espontânea sem qualquer intervenção ou tratamento.
Quando o problema persiste até o segundo ano de vida o cirurgião suspeita de hérnia inguinal. A hérnia faz com que o líquido do abdômen desça até os testículos, gerando o inchaço característico da doença.
O tratamento varia de acordo com a causa. Muitas vezes o paciente precisa de cirurgia para resolver problemas relacionados à hidrocele e evitar maiores complicações.
7. Nódulos e tumores nos testículos
Os tumores nos testículos geralmente são identificados a partir do segundo ano de vida da criança. A partir dos 4 anos a incidência diminui bastante e volta a aumentar durante a puberdade. É comum identificar os tumores como uma massa estranha no testículo que não causa dor ou qualquer outro tipo de sintoma.
Em quadros mais graves o paciente pode apresentar dor abdominal aguda, puberdade precoce ou ginecomastia. Tudo depende do tipo de nódulo encontrado no testículo e seu desenvolvimento. Em 15% a 20% dos casos a doença também está relacionada a hidrocele.
O tratamento sempre é cirúrgico. O pediatra cirurgião pode acompanhar o paciente durante o período assintomático da doença para determinar o melhor momento para a cirurgia.
8. Hidronefrose
A doença chamada de hidronefrose ocorre quando existe uma dilatação nos rins ou no sistema coletor. Ela acontece por causa de obstruções no sistema urinário, dificultando a drenagem de urina e fazendo com que os órgãos sofram com seu acúmulo. O problema também ocorre por causa do refluxo vesicoureteral, sobre o qual falaremos a seguir.
Casos mais leves não apresentam sintomas e causam baixo impacto nos rins. Podem, inclusive, resolverem-se sem qualquer tipo de tratamento durante o primeiro ano de vida. Outros pacientes podem apresentar infecções urinárias frequentes, sangue na urina e dor lombar ou abdominal.
Após diagnosticar a hidronefrose, o cirurgião pediátrico deve identificar sua causa e acompanhar o paciente para determinar o tratamento. Dependendo do causador, o paciente pode precisar de medicamentos ou até mesmo de cirurgia para eliminar a obstrução.
9. Refluxo vesicoureteral
A suspeita de refluxo vesicoureteral surge principalmente em casos de infecção urinária de repetição. Após realizar uma ultrassonografia do trato urinário é possível perceber se o paciente apresenta alterações congênitas na bexiga ou nos ureteres, fazendo com que a urina retorne ao rim.
Dependendo do grau do refluxo o tratamento pode ser conservador. O urologista infantil geralmente recomenda antibióticos e outros medicamentos para tratar as infecções urinárias e acompanha o paciente. Caso os exames de imagem identifiquem uma alteração grave, pode ser necessário realizar uma intervenção cirúrgica.
As operações para tratar o refluxo feitas pelo cirurgião pediátrico devem corrigir as alterações no sistema urinário e restabelecer o fluxo normalmente.
10. Estenose de JUP
A estenose de JUP é uma alteração congênita que o cirurgião pediátrico consegue identificar ainda no pré-natal. O JUP, ou junção ureteropiélica é a região que junta os rins ao ureter, que deve levar a urina até a bexiga para ser eliminada. Em algumas crianças essa região possui malformações que a deixam estreita, prejudicando a drenagem.
Após o nascimento já é possível planejar o tratamento mais adequado junto ao urologista infantil. Em geral, a solução é cirúrgica e deve ser realizada o mais rápido possível. Inicialmente o problema não causa qualquer sintoma, mas, se permanecer, pode evoluir para um quadro de hidronefrose.
Em crianças maiores a estenose de JUP pode causar dor lombar e dor abdominal, sangue na urina e outros desconfortos.
11. Tratamento de torção testicular feito pelo cirurgião pediátrico
A torção testicular causa uma dor forte e súbita nos testículos, especialmente comum em crianças mais velhas e adolescentes, e gera um procedimento de urgência feito pelo cirurgião pediátrico. O problema pode estar acompanhado de náusea, vômito e dor abdominal. A torção é considerada como uma emergência médica e os responsáveis pelo paciente devem procurar um urologista pediátrico imediatamente.
O tratamento é feito com uma incisão no escroto para realizar a distorção. Durante a operação também é necessário suturar o testículo não afetado para evitar complicações.
12. Bexiga neurogênica
A bexiga neurogênica é uma complicação caracterizada pelo comprometimento da sua inervação devido ao acometimento do sistema nervoso central ou periférico, de origem congênita ou adquirida. Na condição de bexiga neurogênica a capacidade de armazenamento ou de esvaziamento (ou de ambos) da bexiga podem estar prejudicadas e como consequência pode-se ter incontinência urinária, insuficiência renal e infecções urinárias de repetição. Pode estar presente em ambos os sexos e em qualquer faixa etária. Nas crianças a doença costuma ser decorrente de doenças congênitas como mielomeningocele, espinha bífida, secundárias a procedimentos cirúrgicos na região pélvica ou relacionadas a outras doenças. As bexigas neurogênicas podem apresentar quadros leves e acometimentos mais graves, portanto o acompanhamento e tratamento desde o diagnóstico permitem evitar futuras complicações.
O tratamento inicial da bexiga neurogênica geralmente é clínico, por meio de medicações orais e/ou de cateterismo vesical intermitente, muitas vezes, associados. Em pacientes que não conseguem sucesso no tratamento clínico é necessário o tratamento com o cirurgião pediátrico, com injeção endoscópica de toxina botulínica ou cirurgias para ampliar a bexiga, assim promovendo uma melhora da continência e da capacidade de armazenamento de urina pela bexiga.
13. Ureterocele
A ureterocele é um prolapso da mucosa do ureter para o interior da bexiga e que às vezes pode exteriorizar-se pelo órgão genital, podendo estar presente tanto no sexo masculino quanto no feminino. Essa projeção da mucosa ureteral causa uma obstrução do rim, levando a uma hidronefrose renal (dilatação) e algumas vezes com perda da função do rim acometido. A associação com outras doenças urológicas pode estar presente, como a duplicidade ureteral e o refluxo vesicoureteral, por exemplo. A avaliação por um urologista pediátrico ou cirurgião pediátrico permite uma adequada interpretação dos exames e uma melhor condução do tratamento.
O tratamento pode ser feito por via endoscópica, realizando-se uma fulguração e esvaziamento da ureterocele ou um tratamento cirúrgico, em casos mais graves, e quando ocorrer falha no tratamento endoscópico.
14. Pênis embutido ou micropênis, segundo o cirurgião pediátrico
O cirurgião pediátrico lembra que uma preocupação comum dos pais de crianças mais gordinhas é achar que seu filho tem o pênis pequeno demais. Em meninos mais gordinhos é comum o acúmulo de gordura na região pubiana, levando a um embutimento do pênis. Procure um urologista pediátrico ou um cirurgião pediatra para esclarecimento, avaliação e necessidade de excluir a possibilidade de micropênis. Além disso, o cuidado deve ser tomado para evitar transtornos psicológicos na criança.
15. Extrofia de bexiga
A extrofia de bexiga é uma doença congênita que acomete ambos os sexos. O diagnóstico muitas vezes é realizado no pré-natal e desde então é iniciado o acompanhamento com um urologista pediátrico, fundamental para esclarecer as dúvidas dos pais e orientá-los sobre como será o tratamento pós-parto. O tratamento é cirúrgico e o ideal é que seja realizado nas primeiras 72 horas de vida, porém, quando há impossibilidade do atendimento nos primeiros dias após o nascimento, são dadas orientações fornecidas pelo urologista pediátrico para amenizar as intercorrências até o momento do atendimento especializado. É importante a família estar ciente que o tratamento é essencial para qualidade de vida dessas crianças.
16. Hematúria
A hematúria é a presença de sangue na urina. Quando visível a olho nu é chamada de hematúria macroscópica e quando identificada apenas em exames de urina chamamos de hematúria microscópica. A presença de hematúria sempre é um sinal de alerta e deve ser investigada pois pode ser inespecífica, devido a esforço físico, mas também pode ser o sinal de uma infecção urinária, cálculo renal, alguma anomalia do trato urinário ou de alguma doença renal glomerular. A avaliação feita pelo urologista pediátrico permite tentar identificar a causa da hematúria, assim permitindo o adequado tratamento e orientação aos pais.
17. Disfunção miccional
A disfunção miccional corresponde a uma alteração da função vesical-uretral em crianças que não apresentam anormalidades neurológicas, sendo caracterizada clinicamente por uma vontade súbita para urinar (urgência), incontinência urinária diurna (urge-incontinência) ou ao dormir (enurese noturna), redução ou aumento da frequência miccional e comumente associada à constipação. Essa disfunção é a maior causa de infecção urinária em crianças que já não usam mais fraldas. O primeiro diagnóstico é clínico, depois são realizados exames complementares, como estudo urodinâmico e ultrassonografia do aparelho urinário. O tratamento inicial também é clínico, adotando medidas comportamentais e uso de medicamentos orais, como anticolinérgicos e alfa-bloqueadores. Muitas vezes é necessário associar ao tratamento a eletroestimulação transcutânea da bexiga.
18. O megaureter, segundo o cirurgião pediátrico
O megaureter, segundo o cirurgião pediátrico, é caracterizado por uma dilatação do ureter, superior a 7 mm de diâmetro, podendo ser secundário a um processo obstrutivo, refluxivo ou ambos. Sua forma de apresentação mais comum é por meio de infecção urinária, sendo diagnosticado após uma ultrassonografia do aparelho urinário. É necessário investigar doenças associadas por meio de uma uretrocistografia miccional. Em algumas situações extremas pode ser necessário realizar uma drenagem temporária do trato urinário acometido por meio de uma ureterostomia. Geralmente, é iniciado o tratamento clínico medicamentoso e observacional até os dois anos de idade. Caso não haja sucesso, avalia-se a necessidade de tratamento cirúrgico.
Na realidade, qualquer problema que exige cirurgia em crianças e bebês pode ser bastante delicado. Só com diagnóstico adequado e um profissional devidamente treinado é possível garantir o melhor atendimento. Visitas de rotina a um especialista em urologia pediátrica ajudam a manter as crianças saudáveis. Caso necessário, não hesite em procurar um cirurgião pediátrico.
Como o cirurgião pediátrico atua em emergências?
O cirurgião pediátrico, em especial na área de urologia, é parte importante de qualquer equipe de emergência. Os problemas no sistema reprodutivo masculino e urológicos de ambos os sexos são bastante comuns nos primeiros anos de vida. Muitas das vezes, as doenças são imperceptíveis até que se tornem emergências com sinais mais graves.
O especialista é responsável por:
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Avaliar quadros dolorosos que possam exigir intervenção cirúrgica, para determinar se realmente é o melhor caminho;
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Executar procedimentos de reconstrução do trato urinário;
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Realizar tratamento cirúrgico de tumores e neoplasias malignas no trato urinário ou sistema reprodutor;
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Analisar a terapêutica de condições do trato urinário relacionadas a problemas neurológicos.
O especialista em cirurgia pediátrica está integrado a todas as etapas de atendimentos de emergência, não somente da atuação em sala cirúrgica. Ele deve avaliar o quadro do paciente, para definir a melhor técnica para operação ou até se ela realmente é necessária.
O acolhimento por parte desse profissional ajuda a agregar mais segurança ao atendimento.
Principais emergências atendidas pelo cirurgião pediatra
O cirurgião pediatra integra a rotina de emergências urológicas de qualquer hospital ou centro de pronto atendimento. Graças a seus anos de especialização, esse médico consegue compreender e tratar diversas afecções que atingem o corpo infantil de forma singular.
Algumas das condições que exigem tratamento cirúrgico especializado estão listadas abaixo.
1. Tratamento de hérnia inguinal encarcerada
A hérnia inguinal é uma enfermidade bem comum em crianças e surge quando o conduto peritoneovaginal, parte da parede abdominal, não fecha completamente. Isso abre passagem para que os órgãos da cavidade abdominal possam escapar. Em outros casos, somente o líquido se acumula na região.
De maneira isolada, a hérnia desse tipo não é motivo de preocupação. A sua solução realmente é cirúrgica, mas nada que precise assustar os pais ou que deva levar a criança à emergência. O grande problema ocorre quando ela fica encarcerada.
O encarceramento acontece quando as alças intestinais, ovário, trompa ou outros órgãos ficam “presos” na região da hérnia inguinal. Aos poucos, o sangue começa a ter dificuldade de voltar ou chegar aos órgãos e gera necrose.
Os principais sinais incluem vômitos, distensão abdominal e parada da eliminação de fezes e gases. Ao perceber esses sinais de alerta, é fundamental levar a criança à emergência pediátrica. Lá, o cirurgião responsável deve realizar a avaliação e agendar a intervenção cirúrgica o mais rápido possível.
2. Tratamento de torção testicular com cirurgião pediátrico
A torção testicular requer atendimento imediato com o cirurgião pediátrico. Isso ocorre nos pequenos, quando os testículos não possuem aderência adequada ao saco escrotal, desenvolvendo certa mobilidade. Os quadros de torção provocam dor aguda e vômitos e, sem atendimento adequado, gera isquemia. Nessa situação, o sangue deixa de chegar ao tecido dos testículos, o que pode causar danos permanentes. Quanto mais rápido for o atendimento com o cirurgião, melhor será o prognóstico de recuperação.
O tratamento sempre é realizado com cirurgia, mesmo que o urologista pediátrico consiga destorcer o testículo manualmente. Durante o procedimento, é preciso viabilizar o retorno do sangue ao testículo, antes de fixá-lo na bolsa testicular. Isso vale para ambos os órgãos, ainda que um deles não tenha sofrido torção.
3. Solução de postites e balanopostites
Esse tipo de infecção acomete a glande e o prepúcio e surge, principalmente, por causa da má higiene. O problema é mais usual nos meninos que possuem fimose, visto que a pele com aderência dificulta a limpeza.
As crianças com balanites, balanopostites e postites apresentam dor, coceira, descamação da mucosa, secreção e cheiro desagradável na região. Com o avançar do tempo, podem surgir lesões na glande. Além disso, o inchaço pode causar o estreitamento do canal urinário, atrapalhando a passagem do líquido.
Apesar de ser o responsável por avaliar o quadro, o cirurgião dessa especialidade nem sempre precisa operar nesses casos. Alguns pacientes têm ótima recuperação apenas com o uso de medicamentos e pomadas. Quem possui fimose, no entanto, só consegue solução definitiva com a cirurgia.
4. Parafimoses sob os cuidados do cirurgião pediátrico
A parafimose é mais um tipo de quadro urológico grave que os pais devem recorrer ao cirurgião pediátrico. Os pacientes com fimose possuem excesso de pele na glande, ou seja, na extremidade do órgão genital masculino, o que dificulta a sua exposição. Em alguns casos, entretanto, é possível expô-la, mas a pele protetora fica presa e não consegue voltar à posição de origem. Este último é o que chamamos de parafimose, um quadro de emergência que necessita de atendimento rápido.
O estrangulamento da glande interrompe o fluxo sanguíneo no local, o que pode gerar até necrose. Na maioria dos pacientes, o cirurgião tenta reposicionar a glande usando anestesia, já que é um procedimento extremamente doloroso.
Em quadros mais severos, o paciente pode precisar de uma circuncisão de urgência, que remove toda a pele do prepúcio. Assim, conseguimos evitar que a parafimose aconteça outra vez.
5. Trauma renal fechado
Nos casos de trauma abdominal, os rins estão entre os órgãos mais afetados. Isso é bastante recorrente quando envolve acidentes automobilísticos, bem como perfurações e lesões com armas de fogo.
Boa parte das contusões que atingem esse órgão pode ser tratada por meio de métodos conservadores. Em situações raras, é necessário realizar cirurgia para reparar o dano ao órgão, seguida de longos períodos de repouso para recuperação.
De qualquer forma, o cirurgião da ala de pediatria faz o acompanhamento desde a chegada da criança ao hospital. Ele recomenda os principais exames de imagem, visando identificar a gravidade do quadro, e permanece a postos durante toda a recuperação.
6. Casos de cálculos renais graves com atuação do cirurgião pediátrico
Assim como adultos, as crianças também podem desenvolver cálculos renais e, dependendo do nível de gravidade, devem ser socorridas por um cirurgião pediátrico. Esses cálculos podem surgir associados a outras alterações no trato urinário. Em geral, os mais novos não apresentam a cólica renal típica, o que faz com que o diagnóstico da doença seja mais complexo e demorado.
O quadro das “pedras nos rins” infantis, normalmente, vem acompanhado de sangue na urina e dor abdominal. Outras crianças apresentam somente repetidas infecções urinárias. Independentemente dos sintomas, elas devem passar por exames de imagem ao chegar ao hospital, para confirmar se de fato existem cálculos e qual é a sua gravidade.
Quando o quadro não permite esperar pela eliminação espontânea dos cálculos, o cirurgião pode optar pelo tratamento conhecido como litotripsia, por ondas de choque (LECO). O procedimento minimamente invasivo tem altas taxas de sucesso. Somente em último caso a opção é por cirurgia, que ocorre utilizando equipamentos miniaturizados, com o objetivo de reduzir o dano a tecidos próximos.